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Estudo do Apocalipse - Parte 2 - Coisas que Tens Visto


Neste episódio do Estudo do Apocalipse, iremos abordar sobre: como o apóstolo João foi um companheiro na aflição da Igreja Primitiva, o seu arrebatamento no Espírito e a ordem do Senhor Jesus para a criação do livro do Apocalipse.

Na primeira parte desta série de artigos, analisamos versículo por versículo do prefácio e dedicatória do livro do Apocalipse. Em seus primeiros parágrafos, a Escritura revela que é o Próprio Senhor Jesus quem nos concede o entendimento e interpretação das profecias acerca do fim dos tempos. Na segunda metade do capítulo 1, isto fica incontestavelmente evidente.

Visão de João

No versículo 9 do capítulo 1 de Apocalipse, o receptor da revelação do Senhor Jesus se identifica e esclarece sua situação naquele exato momento:

Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo
— Apocalipse 1:9

O apóstolo João, então, se auto-intitula “irmão” daqueles que crêem no Senhor Jesus. Além disso, ele diz ser “companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo”, o que indica que a Igreja Primitiva estava passando por um período de ferrenha perseguição, a mando do Império Romano.

João também confirma o que estudiosos afirmam sobre seu exílio na ilha de Patmos. O fato de ele citar como motivo de estar naquela ilha a “palavra de Deus, e o testemunho de Jesus Cristo” mostra que de fato ele estava sofrendo as consequências de alguma adversidade proveniente do seu ministério.

Nos seguintes versículos, temos a aparição de uma segunda fala do Senhor Jesus no livro do Apocalipse:

Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia
— Apocalipse 1:10-11

Aqui, temos a ordem que fez com que João escrevesse tudo o que viu. Ao mandar o apóstolo escrever tudo o que presenciar a partir dali, o Senhor Jesus mostra que não faz acepção de pessoas, e deixa a Sua revelação à disposição de todos aqueles que querem se entregar a Deus e entender os Seus planos.

Alguns dizem que o “dia do Senhor” a qual João se refere seria o domingo, pois há registros históricos que comprovam que os cristãos do primeiro século já se reuniam especialmente aos domingos, em comemoração à ressurreição do Senhor Jesus. No entanto, a referência mais provável neste caso talvez seja o dia da volta de Cristo.

João compara a voz do Senhor Jesus como uma trombeta. Caso você não saiba, o objetivo da trombeta nos tempos antigos era anunciar algo a todos, alardear. Além disso, as trombetas tinha um som forte e estrondoso. De certa forma, a poderosa voz de Cristo a todo o momento alerta o ser humano para o destino de sua alma.

Então, o apóstolo olha para trás, em direção da voz.

E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; e no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro
— Apocalipse 1:12-13

Um candelabro contém sete castiçais, que simbolizam as sete manifestações do Espírito de Deus.

No contexto do Apocalipse, os sete castiçais de ouro representam as sete igrejas da Ásia. O candelabro também é associado à cruz de Cristo, além de ser relacionado com antigas representações da árvore da vida.

Há também algumas interpretações esotéricas. Segundo elas, os sete braços do candelabro designam aos sete arcanjos superiores e representam os planetas e o sol, que tinham à sua volta os signos do Zodíaco e as estações do ano. Isto seria poético se não fosse basicamente um altar de Baal.

Quando digo altar de Baal, refiro-me a tudo o que toma o lugar de Deus na vida das pessoas. Crenças como dos signos, do misticismo e das superstições em geral são engodos satânicos que entram na mente das massas para que elas se desviem do caminho que o Senhor Jesus apontou para seguir. Tais pessoas não crêem mais no Senhor, mas sim em destinos e acabam adotando o pseudopaganismo dos tempos antigos.

João vê Aquele que devemos seguir: o Senhor Jesus, no meio de sete castiçais, com uma roupa tão comprida que chega até os pés, e com um cinto de ouro. Os próximos versículos detalham mais características de Cristo.

E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo; e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas
— Apocalipse 1:14-15

Veja que ora João fala de forma literal, ora por simbolismo. Portanto, a visão de Jesus Glorificado é um homem de cabelos brancos, olhos de firmeza, pés reluzentes e refinados, e a voz forte. O apóstolo ainda usará de muita simbologia para comparar tudo o que ele vê. Por exemplo, no próximo versículo:

E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece.
— Apocalipse 1:16

Mais uma vez, as sete estrelas em sua mão direita significa as sete manifestações do Espírito de Deus, as sete igrejas da Ásia e, por ser considera o número da perfeição, também é a totalidade da Igreja de Cristo, que envolve todos os que crêem no Senhor até o fim dos tempos. Ou seja, inclui eu e você. Este fato importante quer dizer que não fazer parte do santo corpo de Jesus é não estar com a vida entregue em Suas mãos.

Obviamente, da boca do Senhor Jesus não sai uma espada literal, muito menos o sol está no lugar da Sua cabeça. O que o apóstolo quer se referir é que a Palavra de Deus é como uma aguda espada, pois é afiada e certeira para matar as suas vontades e os seus desejos pecaminosos. Além disso, o Seu rosto brilha, uma reminiscência de Moisés quando desceu do monte com as tábuas dos dez mandamentos e também de Cristo na transfiguração.

Podemos dizer através do versículo acima que quem é filho de Deus também tem a palavra certa e firme, assim como carrega o brilho do Espírito Santo. É impossível ter um encontro com o Senhor e permanecer fraco, sem brilho e sem esperança. A visão de quem conhece a Deus é iluminada, mas daqueles que não O conhecem é obscurecida, sendo incapazes de enxergar o buraco no qual estão prestes a cair.

Naquele momento, João viu Jesus, mas temeu:

E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno
— Apocalipse 1:17-18

O apóstolo não caiu como morto pois ficou inconsciente quando sentiu a presença do Senhor Jesus. Sua reação foi de medo genuíno, por isso logo Cristo mandou ele não temer (não ter medo). Crer que João caiu no poder, como algumas igrejas pregam, é construir um altar de Baal idêntico àqueles que crêem no misticismo dos signos. Rouba o lugar de Deus, entrega-o ao humanismo e ao pseudopaganismo.

Neste versículo, o Senhor Jesus ressalta Sua posição de Alfa e Ômega (Primeiro e Último), Sua ressurreição (Vivo e fui Morto) e Sua eternidade (Vivo para todo o sempre). Ele também diz que está com as chaves da morte e do inferno. O que isso significa?

A morte humana é algo natural, um dia todos nós vamos morrer. No entanto, em um mundo sem pecado, não haveria morte. Portanto, a morte surgiu como consequência do pecado. Inevitavelmente, o inferno também surgiu como consequência pois, lá atrás, Adão e Eva deram ouvidos aos demônios e desobedeceram a Deus, atraindo para a humanidade o mesmo destino final daqueles demônios.

Ao descer e vir para a Terra, o Senhor Jesus morreu e ressuscitou, assim vencendo a morte física. Além disso, Ele também pegou as chaves do inferno, que estavam sob domínio de Satanás, trazendo novamente o controle para Cristo. Dito isto, a morte física continua sendo uma realidade, pois a eternidade é reservada apenas para depois desta vida terrena. Mas, o inferno é uma escolha pessoal minha e sua. Somos nós quem decidimos viver ao lado de Deus ou longe dEle para sempre.

Temos, então, a ordem do Senhor Jesus para encaminhar o livro do Apocalipse às sete igrejas da Ásia:

Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer; o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas
— Apocalipse 1:19-20

Continua...


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