
Em um vídeo perturbador, um pesquisador apresenta calmamente o Cognify, um dispositivo capaz de remodelar criminosos injetando memórias fabricadas por IA diretamente em suas mentes. Por que eles continuam querendo controlar mentes?
Imagine um cientista aparecendo na sua tela com um sorriso orgulhoso, anunciando a solução mágica para o colapso do sistema prisional: um método capaz de “encurtar” décadas de penas em um instante. Parece ficção científica... até você perceber que o projeto tem o aroma típico de um pesadelo futurista. O nome? Cognify. O objetivo declarado é colocar um capacete de realidade virtual em prisioneiros e reescrever suas emoções à força. Basicamente, a fórmula perfeita para criar cidadãos controlados mentalmente. Uma maravilha, não é? O tipo de maravilha que eu sempre quis (perdoem a ironia).
De acordo com a descrição oficial do vídeo promocional, o Cognify seria a “prisão do futuro”, projetada para tratar os infratores como se fossem pacientes em tratamento. Em vez de anos de punição em uma cela, alguns minutos em uma cabine futurista e memórias artificiais impressas no cérebro. Um salto na chamada “reabilitação criminal”. Pelo menos é o que prometem enquanto mostram gráficos na tela.
Aqui está o vídeo.
O vídeo começa revelando esta prisão de alta tecnologia: corredores brancos, máquinas reluzentes e prisioneiros sendo conduzidos como se estivessem chegando a uma consulta médica. Ou a um laboratório de controle mental. A ideia é que a IA produza experimentos completos e ultrarrealistas para serem injetados no sistema nervoso do condenado. O indivíduo pode escolher entre cumprir décadas atrás das grades ou ter sua liberdade devolvida imediatamente… desde que entregue sua mente ao Estado. Quem recusaria, não é mesmo?
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| Cognify fará você perceber seus maus caminhos e torná-lo um membro produtivo da sociedade novamente. A menos que você tenha sido programado para se tornar um escravo sexual da elite, é claro. |
Embora o procedimento levasse apenas alguns minutos, o tempo passaria de forma diferente na mente do criminoso, que experimentaria “anos de memórias”. Se o criminoso era violento, o sistema o força a vivenciar tudo do ponto de vista das vítimas. Algumas dessas memórias seriam projetadas para instaurar cicatrizes emocionais. Traumas literalmente fabricados.
Nesse ponto, alguns podem pensar: “Bem, isso até que faz sentido”. Não faz. Mas digamos que faça, de certa forma. Bem, o narrador do vídeo rapidamente diz coisas que nos fazem perceber que essa coisa jamais deveria existir.
Devaneio
Mais adiante, o vídeo mergulha completamente no abismo. Com total indiferença, o narrador afirma que o Cognify poderia “corrigir” uma variedade de ofensas, incluindo crimes de ódio e discriminação. É aqui que o alarme deveria soar. Três minutos de vídeo e já estamos em território onde conceitos flexíveis se tornam armas. Em diversos países, termos como “ódio”, “ofensa” ou “discurso nocivo” mudam de significado conforme a conveniência do governo. Uma simples canetada é suficiente para transformar uma crítica em crime. Agora imagine essa elasticidade alimentando uma máquina capaz de reprogramar cérebros. É o futuro perfeito para punir aqueles que “pensam errado”.
Apesar de ainda ser apenas um protótipo, o Cognify já está pedindo para ser banido.
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| Cognify poderia modular neurotransmissores e hormônios para induzir estados emocionais específicos, como remorso ou arrependimento, ou talvez, submissão inquestionável aos senhores. |
O vídeo continua como se nada estivesse acontecendo. Ele explica que o sistema de IA coletaria uma quantidade monumental de informações sobre cada prisioneiro, todas armazenadas em um servidor para… prevenir crimes futuros. Isso mesmo. Prevenção por meio de uma mente algorítmica. Ou, de uma forma menos elegante, vigilância total de qualquer pessoa que não se alinhe com o pensamento oficial.
O vídeo termina explicando como esse dispositivo economizaria dinheiro e criaria uma sociedade mais estável e produtiva. A menos, é claro, que fosse usado por uma entidade que buscasse controlar as pessoas e esmagar dissidentes. Mas isso nunca aconteceu na história, certo? CERTO?!
Depois de assistir ao vídeo, senti como se tivesse recebido uma injeção letal de sarcasmo, pois o nível de absurdo é intoxicante. Por enquanto, a única boa notícia é que essa coisa de Cognify não passa de um produto da imaginação de seu criador, Hashem Al-Ghaili, um cientista que vive na Alemanha.
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| Hashem Al-Ghaili descreve algumas de suas outras ideias ruins em uma palestra do TED. |
Al-Ghaili ficou famoso por produzir vídeos científicos que frequentemente se tornam virais.
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| Em 2022, Al-Ghaili chocou o mundo com seu conceito Ectolife – um útero artificial que cria bebês personalizados. Mais um conceito profundamente desumanizador. |
Conclusão
Será tudo isso apenas uma jogada de marketing de um influenciador tentando chamar a atenção? Seria ótimo se fosse esse o caso. O problema é que, no caso do Cognify, a tecnologia necessária para transformar essa distopia em algo operacional já está batendo à porta.
Mesmo que Al-Ghaili possa ser visto como um “troll da ciência” profissional, suas ideias se alinham com as propostas de organizações globais como o Fórum Econômico Mundial. Em 2023, o FEM apresentou uma palestra explicando como a leitura de ondas cerebrais poderia ser usada para “prevenir crimes” e “otimizar a vigilância”. Não seria surpreendente imaginar um executivo do FEM olhando para tudo isso e dizendo: “Interessante, poderíamos trabalhar juntos”.
Esperemos que essa parceria nunca aconteça. Caso contrário, não me surpreenderia se tentassem me “Cognifycar” por escrever este artigo.
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Não esqueça: Inteligência e Fé!




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